Análise SINACEG: Cenário aquecido nas concessões rodoviárias no Brasil

Publicado em: 18/11/2024
Compartilhe

O cenário das concessões rodoviárias no Brasil está em plena transformação com a entrada de novos players no mercado, o que traz um dinamismo sem precedentes para o setor. Além das concessionárias tradicionais que já operam nas principais rodovias do país, novos grupos estão assumindo protagonismo, buscando parcerias e conquistando concessões estaduais e federais.

Sempre apoiando iniciativas que aprimoram a infraestrutura e incentivam investimentos, o SINACEG tem acompanhado a entrada de novos grupos no setor de concessões, promovendo uma diversificação de atores, antes uma área dominada por grandes empresas como CCR e Ecorodovias. Recentemente, companhias como EPR e Vinci entraram no mercado, indicando o potencial de consolidação de novos investidores. Esses novos participantes buscam superar desafios como a variação cambial e o custo elevado de capital, fatores que podem desincentivar investimentos no longo prazo. Ainda assim, a nova modelagem de concessões proposta pelo Governo Federal, que visa garantir melhor equilíbrio financeiro e regulatório, tem atraído concorrentes em leilões importantes, como os de trechos da BR-040 e o Lote Litoral Paulista.

Esses novos entrantes trazem perfis diferenciados e estratégias variadas, o que contribui para uma competitividade saudável. Muitos deles, por exemplo, têm trazido práticas inovadoras, como modelos de gestão mais flexíveis e uma visão orientada à sustentabilidade e inovação tecnológica. Diferente das concessionárias mais tradicionais, alguns desses novos players chegam com uma visão renovada sobre o papel da infraestrutura de transportes, apostando em práticas de gestão que priorizam a eficiência energética, a segurança dos usuários e a preservação ambiental.

No entanto, esse crescimento da competitividade também traz desafios significativos. A entrada de novos operadores não só aumenta a pressão sobre as empresas para que entreguem um serviço de alta qualidade, mas também eleva a necessidade de um planejamento financeiro robusto.

Na Bienal das Rodovias de 2024, representantes de empresas concessionárias e especialistas discutiram soluções internacionais aplicáveis ao Brasil, como os modelos de concessão do Chile e da Espanha, que integram mecanismos de resolução de conflitos e flexibilidade contratual. Segundo especialistas, contratos com uma abordagem simplificada e objetiva, que incorporem aspectos de adaptação climática e descarbonização, seriam ideais para atrair mais investimentos e garantir maior segurança jurídica, um ponto crucial para investidores.

O Governo Federal também introduziu novas regras de modelagem, focando em leilões com critérios transparentes e equilíbrio entre tarifas e investimentos, reduzindo o peso dos pedágios elevados. O SINACEG apoia essas mudanças, pois entende que rodovias mais bem estruturadas e adaptadas às necessidades dos transportadores, com tarifas adequadas aos padrões econômicos brasileiros, são fundamentais para o sucesso das operações logísticas no país. Contudo, apesar do apoio, o SINACEG reforça a necessidade de inserir a questão dos pontos de parada para caminhoneiros já na modelagem das concessões pois, de outra maneira, há a possibilidade desta questão não sair do papel.

Ao passo que o Brasil se espelha em experiências internacionais e ajusta o modelo de concessões, ressaltamos a importância de concessões rodoviárias que ofereçam segurança e infraestrutura adequadas para todos os tipos de veículos, incluindo os de grande porte. A participação ativa do sindicato no debate é um compromisso com o desenvolvimento sustentável e seguro das rodovias, visando fortalecer o setor e beneficiar transportadores, usuários e, em última análise, a economia do país como um todo.