Anatel e ANTT buscam ampliar cobertura 4G nas estradas

Publicado em: 30/05/2025
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A necessidade urgente de conectividade 4G nas rodovias brasileiras, agravada pela renúncia da Winity em suas obrigações de cobertura na faixa de 700 MHz, levou a Anatel e a ANTT a uma corrida paralela para suprir a lacuna. Ambas as agências, cientes da importância estratégica da internet móvel para o setor de transportes, agiram de forma independente, mas com o mesmo propósito: garantir que as estradas do país não fiquem desconectadas.

A ANTT deu o primeiro passo ao deliberar que as concessionárias de rodovias com projetos de rede sem fio deveriam agora garantir a cobertura 4G em seus trechos. A agência reconhece que a conectividade vai além da mera comunicação do usuário em emergências. Ela é fundamental para a eficiência operacional das concessionárias, possibilitando:

  • Monitoramento e controle de tráfego: Sistemas avançados que dependem de dados em tempo real para gerenciar o fluxo de veículos.
  • Detecção automática de incidentes (DAI): Sensores e câmeras conectados que podem identificar acidentes ou problemas na via, agilizando o socorro.
  • Sistemas de informação ao usuário: Atualizações em tempo real sobre condições da estrada, rotas alternativas e serviços.
  • Assistência em tempo real: Suporte rápido a motoristas em caso de pane ou acidente.
  • Ampliação das tecnologias de free flow: Pedágios sem cancelas que exigem conectividade para a cobrança automática.

A escolha do 4G em detrimento do 5G se deu por fatores de viabilidade técnica e, principalmente, financeira. Uma análise comparativa da ANTT concluiu que, embora o 5G ofereça maior velocidade e menor latência, a infraestrutura mais densa e os custos operacionais mais elevados o tornaram financeiramente inviável para as concessionárias no momento. O 4G, por outro lado, apresenta um custo de investimento quatro vezes menor e atende satisfatoriamente às demandas atuais dos usuários, especialmente em áreas rurais onde a conectividade é mais deficiente.

Em paralelo, a Anatel tem buscado suas próprias soluções. A agência sugeriu que operadoras como a Claro forneçam cobertura 4G ou superior em rodovias, utilizando a faixa de 700 MHz, como forma de compensar multas antigas. Além disso, o Conselho Diretor da Anatel aprovou a inclusão de rodovias nos leilões reversos realizados pela EAD (entidade responsável por recursos do leilão de 4G), e a possibilidade de ampliar essa meta nos novos editais da faixa de 700 MHz está em debate.

Essa convergência de esforços é crucial para os profissionais da estrada, que cada vez mais dependem da conectividade em seu dia a dia. Com o 4G em rodovias, eles podem se utilizar de diversos aplicativos que otimizam suas viagens e tarefas.

A conectividade nas rodovias, portanto, não é apenas um luxo, mas uma necessidade operacional e de segurança que impacta diretamente a vida e o trabalho dos associados do SINACEG e de milhões de profissionais, impulsionando a eficiência e a modernização do transporte de cargas e passageiros no Brasil.