Análise SINACEG – Infraestrutura Rodoviária Precária: Obstáculo ao Crescimento do Brasil

Publicado em: 06/05/2024
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No Brasil, onde cerca de 75% de tudo que se produz no país é transportado por rodovias, a precariedade da infraestrutura viária representa um entrave significativo para o seu crescimento. Estradas esburacadas, mal sinalizadas e sem manutenção adequada não apenas aumentam os custos operacionais para as empresas, mas também colocam em risco a segurança dos usuários.

Os problemas enfrentados pela infraestrutura rodoviária brasileira se explicam por diversas razões. Desde a falta de investimentos em manutenção e expansão até a burocracia excessiva que dificulta a realização de obras, diferentes fatores contribuem para a situação precária das estradas. Uma soma que resulta em números alarmantes.

Segundo dados da edição de 2023 da Pesquisa CNT (Confederação Nacional do Transporte) de Rodovias, que avaliou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas em todo o país, as estradas brasileiras seguem recebendo uma maior avaliação de regular, ruim e péssimo em todos os quesitos abordados pelo estudo: 56,8% pavimento; 63,4%, sinalização; e 66%, geometria da via. Ainda mais preocupante é notar que os resultados são marginalmente piores do que os de 2022.

Houve leve melhora quanto ao aumento do custo operacional do transporte rodoviário de cargas, em decorrência da má conservação do pavimento das rodovias. Em 2023, ficou em 32,7%, contra 33,1% do ano anterior. Ainda assim, a má conservação das estradas brasileiras levou ao consumo desnecessário de 1,139 bilhão de litros de diesel que, além do prejuízo astronômico, lançou 3,01 milhões de toneladas de gases poluentes na atmosfera.

Para além das perdas econômicas, a infraestrutura precária das rodovias brasileiras traz insegurança para motoristas amadores e, principalmente, profissionais. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, mais de 2.500 pessoas morrem por ano em acidentes envolvendo caminhões, 47% do total são fatalidades. O Brasil ocupa o 3º lugar mundial em número de mortes no trânsito, o que gera um custo com sinistros de R$ 13 bilhões por ano.

Diante desse quadro, é fundamental que o Brasil adote medidas concretas para melhorar sua infraestrutura rodoviária. Uma integração efetiva do planejamento federal, estadual e municipal representaria um marco significativo para a melhoria das rodovias brasileiras. Ao alinhar estratégias e investimentos, seria possível otimizar recursos e evitar sobreposições de projetos, resultando em uma rede de transporte de carga mais eficiente e integrada.

No âmbito federal, o governo anunciou, recentemente, projetos do novo PAC, incluindo R$ 185,8 bilhões para investimento em obras públicas, estudos e concessões, além da manutenção de toda a malha rodoviária, sendo R$ 73 bilhões em recursos públicos e R$ 112,8 bilhões, investimentos privados.

Para o SINACEG, trata-se de um movimento não só bem-vindo como necessário. Ao melhorar as condições das estradas, o país poderá reduzir os custos logísticos, aumentar a competitividade das empresas e promover um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável em todas as regiões.

“O Sindicato Nacional dos Cegonheiros acompanha com atenção essa iniciativa do governo, que tem como objetivo viabilizar uma malha rodoviária mais ágil e segura para o desenvolvimento do Brasil”, afirma o presidente do SINACEG, José Ronaldo Marques da Silva. “Seguimos participando do debate, mostrando o ponto de vista dos cegonheiros, e colaborando para melhorar as estradas do país, com nosso programa de poda de árvores”. Desde 2008, as equipes que atuam no programa já podaram mais de 230 mil quilômetros de estradas Brasil afora.

Com determinação, cooperação e investimentos adequados, podemos superar as dificuldades atuais e construir um país mais conectado, eficiente e competitivo no cenário global.